Te mais que eu?

O meu cheiro, o crespo dos meus pés eram insuficientes?
Os teus sonhos são mais importantes que os meus?
Nossos tão irrelevantes medos?

Tua vontade é superior a minha?
Minha masculinidade frágil, as inseguranças conhecidas.
A verdade era muito triste ou insuportável para ser dita?

Era tudo irrelevante que não mereci um motivo?
Teus bloqueios sexuais eram mais importantes que minha conhecida fluência?
Minhas inseguranças financeiras.

Meus pecados eram insuficientes ou insustentáveis?
Meu ponto de vista irrelevante?
Meu peso estava acima do que teus parâmetros sutis permitiam?
Minha dor e depressão tornavam a convivência insuportável?

Teu brilhantismo e genialidade são superiores?
Teu espaço é sublime e inatingível?
Teu sono vale mais do que o meu?
Teu tempo é mais caro que o meu?

Te mais que eu? Tu além eu?
O sentido da dor, saber que sou, estou e não… Não existe nada além.
A pureza de estar e a força para ser além, para valorizar o eu acima de quem?

Quem é eu?
Quem é abaixo de ti?

Irrelevante, sobra eu… Acima de mim

Me perdoo mais que tu…

Imagem: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Passage_noir_(1923)-_Max_Ernst(1891_-1976)(44248423205).jpg



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