O filme “Eu Quero Voltar Sozinho – Wikipédia” é baseado em um curta metragem lançado em 2010 (Abaixo, no post vocês podem ver o curta na íntegra) e conta a história da descoberta do amor entre dois jovens, sendo um deles cego.

Me apaixonei pela história após ver o curta (Hoje eu Não Quero Voltar Sozinho – Wikipédia). Simples, objetivo, verdadeiro, cru. Sem montagens esquisitas, maquiagem, maquinações ou extremismos, frequentemente utilizados em curtas para estender a percepção da história. Parece uma conversa, leve, tranquilo. Um bom e simples conto adolescente.

O que é ruim no curta é que ele tem apenas 20 minutos. No final ficam expectativas não atendidas. A história precisaria de um desenrolar. O relacionamento dos personagens precisava ser explorado. Eu REALMENTE queria saber mais do Leonardo. Precisava conhecer os pais dele, absorver melhor a amizade com a Giovana, e, óbvio, sentir melhor o relacionamento com o Gabriel. Fica um gostinho de quero mais.

Bom. Postei o link do curta no Facebook para os meus amigos e fui procurar as respostas que estavam faltando. Neste momento o filme (Hoje eu Quero Voltar Sozinho – Oficial) estava estreando no festival de Berlim. Empolgado. Eu teria minhas respostas.

Aguardei algum tempo até o filme ser lançado oficialmente no Brasil, e, para minha total decepção, ele não foi exibido em Porto Alegre. Eu não estaria em São Paulo no período, portanto não conseguiria assistir. Sorte que existe a internet, e, acabei baixando (prometo que compro o BD quando sair).

A história é levemente diferente do curta. O ritmo é muito parecido, uma conversa, só que agora com mais personagens, melhores significados e ideias melhor construídas. Uma coisa muito boa neste filme, e no ótimo “A Culpa é das Estrelas” é que os personagens não são caricatos. Eles são de verdade. O fato de o Leonardo ser cego não é o que move a história.
(Eu ainda não consegui explicar esta ideia de maneira objetiva, tentei explicar no post do filme anterior, mas os conceitos são novos). Não existe drama “por drama”. Existem pessoas passando por situações normais. Então, algumas coisas que me irritavam em filmes do tipo, que seriam abusos de drogas, roteiros mirabolantes, exploração de bulling gay e do drama puro simplesmente não existem. Naturalidade talvez seja o termo mais adequado. Outra coisa. Este filme NÃO É UM DRAMA, definitivamente algo como um romance adolescente SEM grandes emoções.
E o que ele tem de tão especial? Não sei, talvez seja o tom de voz ou expressões do Leonardo (Guilherme Lobo – Prestem muita atenção neste ator…), ou o jeito irritante da melhor amiga (Tess Amorim) e a química com o indecifrável Gabriel (Fabio Audi). Talvez tudo seja muito fofo. Muito verdadeiro. A maioria da história se passa no ambiente escolar, brincadeiras entre colegas, descobertas da adolescência e um romance puro. A história flui muito bem, auxiliada por uma ótima trilha sonora (Belle & Sebastian), músicas clássicas e algumas MPBs que eu não conheço mas que vou procurar. Iluminação clara, sem esquecer de mostrar o ponto de vista do Leonardo, com momentos na penumbra que nos lembram que ele “vê” no escuro. Roteiro leve (alguns furos quase imperceptíveis)
Um bonito conto de fadas sem vilões. Um romance simples e bem contado.
Não é um filme transformador, não é avassalador, não é triste nem imensamente emocionante. Talvez por isso seja um filme tão maravilhoso. E talvez por isso eu queria continuar assistindo. Quando eu percebi que a história havia terminado eu me emocionei (O final é muito bonito). Mas só depois das “letrinhas subindo”… Sabem.. Quero eles de volta. Quero saber mais sobre estes personagens. Quero saber o que vai acontecer no intercâmbio…

Assistam ao curta e depois, assistam o filme.Não se arrependerão.

Links e mais Links… Já que eu declaradamente pirateei o filme, faço a divulgação dele em todas as mídias possíveis. Queria ter a oportunidade de parabenizar a todos da produção pela ótima história.

https://www.facebook.com/hojeeuquerovoltarsozinho
http://www.lacunafilmes.com.br/sozinho/

Abraço a todos.