Naiade – Fome (2)

Há luz hoje.
De tempos em tempos ela retorna. O escuro também.
As sombras passaram, aliviaram o peso de sua casa e morada.
Em um momento estava tão grande, havia absorvido toda a energia do seu mundo, pequeno mundo redondo e opaco.
Um estrondo. Ninguém percebeu, apenas ela.
A casca foi rompida. Os minúsculos olhos vislumbram o mundo.
Ao seu redor ela observa, assustada. Muitos casulos fechados.
Dentro destes casulos, criaturas como ela.
Algumas magras, outras gordas. Rachaduras em alguns  ovos.
Ela precisava comer.
A fome a controlava.
Ela precisava comer.
Seu corpo era grande e desajeitado…
Ela se aproxima do ovo mais próximo. Crava suas presas e suga o liquido existente.
Está satisfeita, por hora.
Mas a fome não tarda a voltar.
E ela continua a comer.
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