O Fim de Todas as coisas – 2016

Te mostrei tudo o que eu podia. E mesmo tendo tentado meu melhor, não sei se tu percebeu que talvez tudo era bem mais do que eu consegui fazer.
Ao aproximar-se de ti, tu procurava algo que talvez eu não pudesse oferecer. Mesmo assim eu tentei.
 
As inseguranças fizeram com que fosse ruim. Tanto minhas quanto tuas. E isso foi péssimo. Não posso dizer que seja o natural. Não é e nunca foi o meu natural. Mas aconteceu assim. O mundo anda pra frente, e da mesma forma que uma coisa quebra e não se conserta, foi nossa visão um do outro.
 
Vivi várias histórias no caminho. Tentei te esquecer de todas as formas que sabia fazer. Usei raiva, usei rancor. Tentei me envolver. Mas é impossível esquecer de algo tão significativo.
 
Agora, você está em outra história. Vivendo outras coisas. Não julgo. O mundo é assim mesmo. Eu vivi e vivo minhas histórias das melhores formas possíveis.
 
E eu… Neste momento, estou vazio. Meu coração foi liquidificado. Não existe nada pra ser construído.
Imagino que a melhor aparência seja de uma massa disforme de carne, sangue e emoções. Sem significado algum além de apodrecer e oferecer suporte para que outra coisa possa nascer.
 
Antes que uma semente nasça, essa destruição toda precisa ser consumida por futilidades. Precisa virar terra. Bactérias, pessoas, fungos e carniçais precisam consumir. Tudo precisa solidificar. Afinal, nada nasce do vazio podre. A transformação precisa ocorrer.
 
Neste momento, a cada toque de outra pessoa lembro de ti. Não é fácil esquecer. Assim como não é fácil perceber isso. pior assumir. Mas é verdade.
 
Hoje não tenho nada a oferecer. Pra ti, absolutamente nada. Pra algum qualquer também.
 
Penso que a natureza é perfeita, e que um dia meu cérebro vai se reestruturar e meu coração talvez sinta algo por alguém. Não vai ser tu. Nunca mais vai ser tu. Isso me entristece ao mesmo tempo que me deixa com esperança de, que, talvez em um momento inusitado, exista uma forma de viver sem tua sombra.
 
Quando não existe nada a perder, as memórias fluem livres. Sou livre pra amar, viver e sentir. Ainda não posso, mas tenho as habilidades para isso.
 
Pelo menos eu amei. Em um momento frágil onde isso parecia impossível, eu amei. Me apaixonei. Não posso ser culpado por sentir isso. O amor nunca é a culpado.
 
Como final… A roda gira. O mundo dobra e o tempo é a razão de todas as coisas.
 
Te amo, mas não te quero. E serei eu mesmo, sempre. Machucado mas com a certeza de que fiz minha parte. Agora deixo o mundo me mostrar o próximo passo.
 
E obrigado por tudo que tu me ofereceu.
Sempre vou te amar. Do meu jeito torto, mas sempre vou.
 
Siga bem, eu também.
 
Eduardo Corrêa.
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