O que deu errado?

Cada pessoa tem suas perspectivas, seus ideais.
Não compete a mim ou a alguém medir ou qualificar / quantificar esses objetivos.
Óbvio que não existe uma pessoa absolutamente focada em algum desses ideais, todos são um amálgama de emoções, objetivos e histórias. Mas, pra entender e desenvolver, vou tipificar alguns ideais evidentes. Obvio que essa lista tende a ser extremamente grande, e creio não conhecer todas as motivações das pessoas.

A carreira. Não necessariamente dinheiro. Querem ser reconhecidos na profissão.
O Dinheiro. Não importa como.
O Conforto. Independente de carreira ou dinheiro. Apenas o conforto
O Amor. Não necessariamente correspondido, apenas sentir o amor.
O Carinho. Sem amor, talvez. Mas carinho.
A Viagem. Estar em movimento. Sem se apegar a nada.
A Amizade. Não um relacionamento, somente a troca.
O Sexo. Sem apego. com vários ou com uma pessoa. Somente isso.
A Cultura. Tal qual, poder ler, ver um filme,  Independente.  Estudar.
O Corpo. Ter o corpo perfeito.

Esses tipos são misturados em todos. E, embora ditem um pedaço evidente da personalidade de cada um, não refletem exatamente  qualidades como “fidelidade” ou “honestidade”.
Uma coisa está desassociada da outra.
Eu por exemplo, tenho forte inclinação a viagem, amor, sexo, cultura. Muito pouco apegado a dinheiro ou posses. Carreira pra mim é um item quase secundário.
Conheço pessoas que usam a carreira como suporte pra sua vida. E não existe nada errado nisso. Usam a carreira, pra ganhar dinheiro. Esse dinheiro é usado pra viajar… Como disse, é uma cadeia de perspectivas e expectativas.

Obvio que pessoas tendem a se atrair por afinidades. Idiota quem disse que os “opostos se atraem”. Pessoas com objetivos podem até atrair, caso uma das afinidades complete a outra (no caso – Dinheiro pra Viagem ou Cultura pra Carreira).  Mas pessoas que buscam estabilidade e não gostam de viajar, dificilmente vão se relacionar com alguém que goste disso.

Parece obvio. Mas esquecemos disso constantemente. No jogo dos relacionamentos, vivemos em uma constante tentativa de buscar o ideal. Nada errado nisso, mas acabamos esquecendo de ponderar a expectativa x realidade.

Na prática, as pessoas não tem culpa de se apaixonar por atributos que elas imaginam que estejam presentes na outra pessoa. Ao se apaixonar, o cérebro cria uma imagem, ressaltando e atribuindo qualidades que ele espera que o outro tenha. O mais comum é, que esses atributos não sejam verdade.  Eu caio nisso com frequência.

Tem o outro lado também.  Sempre tentamos mostrar o melhor lado das nossas personalidades, mas esquecemos que talvez não seja a imagem que o outro espera, ou talvez ele nem nos veja assim. Tentamos buscar assuntos em comum. Tentamos atender as necessidades constantemente. As vezes fazemos até coisas que não gostamos de fazer, apenas para contentar a imagem que pensamos que o outro tem de nós.  Nos esforçamos pra tentar sermos algo que não somos. E isso nos fere.

Em um relacionamento interpessoal existem várias imagens.

O Eu que eu vejo
O Eu que o outro vê
O Eu que eu PENSO que o outro vê.  (O espelho)

O que eu vejo no Outro (minha projeção)
A imagem que ele tem dele mesmo.
E a imagem que os outros tem dele. 

Nisso existem ainda os sonhos projetados no outro. É o que eu quero que ele seja e sei que não é.  Os gostos pessoais e preferências são um outro capítulo, algo como o fato de ele ser gremista e eu colorado por exemplo. Não sou psiquiatra, apenas um pensador. Mas isso me parece bastante confuso pra administrar. Entender esses egos e expectativas todos da uma dor de cabeça desgraçada.

Bom.. dito isso… Algumas verdades… Coisas que esquecemos SEMPRE e que foram aprendidas (reforçadas) recentemente:

  • As pessoas não são responsáveis pelo que sentem. Não te culpa por sentir-se apaixonado. Não culpa o outro por não se sentir apaixonado por ti. As expectatiavs e imagens que são criadas, tanto de atração, como de repulsão, possuem vários e vários elementos que não podem ser explicados por uma simples racionalização. Não existe um motivo para ele não te querer. Ele pode até te dar um motivo, mas  ele mesmo não sabe. Do mesmo jeito tu não tem um motivo para ter criado a imagem que criou dele. Então não guarda rancor.
  • Temos responsabilidade por nossas imagens externas. Embora não possamos controlar o que os outros pensam dela. Então. Sem culpa por alguém te julgar de uma forma diferente da que tu te vê. Talvez tu esteja demonstrando isso mesmo.
  • Infelizmente, precisamos perdoar os excessos dos outros e saber que os nossos excessos são humanos. Todos podem e vão passar por momentos de descontrole emocional.
  • Não temos  como saber os motivos da atração ou repulsa, mas sabemos exatamente o que queremos. Não enrola. Deixa o outro saber até onde pode ir. Mostra até onde tu quer ir. A clareza resolve grandes problemas.
  • Clareza é diferente de dar uma explicação fajuta. Tu não tem a explicação, então não inventa. Diz, não quero me relacionar contigo. Não magoa ou machuca.
  • O outro NÃO VAI ENTENDER UM NÃO!! Seja paciente. Faz a imagem que ele tem de ti se dissipar. A melhor forma de terminar com uma paixonite é estar junto da pessoa dizendo não, como um amigo, o tempo todo… Aos poucos isso vai ser absorvido e entrar na cabeça dela.  A oposição gera remorso, reforça uma imagem errada. A pessoa fica obcecada por aquilo e fica bem mais difícil.
  • Errar é a coisa que mais fazemos. O erro é o padrão, não o oposto. Então errar é o certo. O problema aqui é a culpa pelo erro. Ficar remoendo e remoendo não resolve nada e não ajuda ninguém. Deixa. Pode resolver o erro? Resolva. Pode pedir desculpas, peça. Não pode fazer nada. Já está resolvido.
  • O tempo é elástico!!!! As coisas se resolvem ou se intensificam com o tempo. E geralmente o tempo da mais clareza. A idéia é.. Relaxa… O assunto vai ser resolvido mais cedo ou mais tarde. Claro.. cada um tem seu tempo… Então seja o mais paciente possível.
  • Não ceda sempre. Podemos perder nossa auto-estima quando deixamos de fazer as coisas que fazemos pelo outro. Nossa imagem também precisa ser preservada. Se o outro não consegue aceitar isso, então o relacionamento vai se desgastar até terminar. Então, no início, tente demonstrar sua verdade.
  • Dê uma chance. As vezes a pessoa não consegue se expressar direito. Tenta conhecer. Pode ser que seja exatamente o que tu precisa. É certo que a imagem que tu tem está distorcida.
  • Se perdoa pelo que tu sente.  Se tu sente, é verdade.
  • Os outros não sabem de nada na verdade. Nunca sabem.

Bom… Difícil concluir esse post. Mas espero ter conseguido organizar algumas idéias boas pra serem pensadas.
Posso estar errado com relação a algumas dessas coisas. E é difícil ter certeza. Mas é assim que vejo o mundo.

No final. Não deu errado. Não existe motivo. Foi bom que aconteceu. Na verdade mesmo, deu certo! Isso se aplica para praticamente qualquer relacionamento. Até nos de amizade e interpessoais.
Tenha convicção que que simplesmente aquele relacionamento idealizado era apenas uma imagem. Não era algo que traria bem pra nenhuma das duas partes.

Portanto… O errado é uma mentira. Somente um ponto de vista. Quando a gente percebe que existem vários desses, a coisa fica mais fácil.

Abraço

 

 

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