O que é ser maduro em um relacionamento nos dias de hoje?
É estranho, passei há alguns meses por um relacionamento destrutivo. Destrutivo da minha parte. tenho consciência clara disso. Neste relacionamento quase platônico, inicialmente eu me doei sem esperar retorno, até realmente gostar da pessoa e efetivamente me apaixonar. Apaixonados fazem coisas sem sentido, sim, fazem. Isso é o que constrói letras de amor e separação, move os sonhos e sentimentos de muitos, espero de todos nesse mundo.

E assim, mesmo depois de meses após o último capítulo eu ainda sofro as consequências de ter me apaixonado e ter declarado isso publicamente. É estanho e incomum. Tem uma letra do Legião Urbana – “A paixão quer sangue e corações arruinados. E saudade é só mágoa por ter sido feito tanto estrago… E essa escravidão e essa dor não quero mais… Mas me entenda.. Não quero estar apaixonado” Exato.  O Renato Russo sempre descreveu muito bem os sentimentos nas suas letras.

Estar apaixonado é perder a noção do certo e errado. E quando parte apenas de um lado, dói, machuca, desconstrói a mente.  Quando as coisas não são ditas claramente dói mais ainda. Quando a pessoa somente te procura quando está alcoolizada, ou quando simplesmente te usa como o tapa-furo de um mini relacionamento que deu errado.  Mesmo sabendo que está te fazendo mal. Isso é maturidade?

Ai vem a afirmação… Tu é imaturo. Então… Repetindo a pergunta. O que é ser maduro hoje? É deixar que as pessoas simplesmente te usem e não se preocupem com o que estão causando? É não se envolver? É não se apaixonar de forma alguma por alguém? É maturidade alguém te procurar durante um mês e tu simplesmente ignorar, e quando tu cede, essa pessoa te da tudo o que tu precisa e depois tira? Maturidade é ser frio e insensível com relação a tudo e todas as pessoas do universo?

A maturidade é deixar que o outro pereça perante o mundo? É deixar que falem mal do outro? É somar as histórias mal resolvidas que ELE teve com outros? É não procurar respostas? Se ser uma pedra insensível é ser maduro, então eu aceito o título de imaturo. Não quero essa maturidade onde todos fazem o que bem entendem com os sentimentos alheios e simplesmente viram as costas.

Não sou assim. Resolvo meus problemas pra poder ter a alma e o coração limpos para uma próxima empreitada. Todos, e consigo afirmar de peito aberto,  em TODOS os relacionamentos nos quais eu estive foram resolvidos os problemas e pendências. Pode procurar e falar com qualquer uma das pessoas que já se relacionaram comigo se existe algo em aberto. Se existe, só me procurar que a gente conversa. Isso me torna imaturo? Tão bem resolvido que tenho relacionamentos fraternais com quase todos eles. Tenho clareza pra falar sobre isso. E só esse fato já me torna ma(imaturo)?

Aceito o não, o talvez não me preenche, não me sustenta e não resolve absolutamente nada. Mas entendo. Poucas pessoas tem inteligência e certeza pra aceitar quando estão erradas. É muito fácil tomar iniciativas e falar dos (e para) os outros sobre o seu lado da história. Eu cometo erros e estou constantemente tentando esclarecer e resolver. Sempre crescendo e dando um passo após o outro.

Fui dito imaturo, citado imaturo e comentado imaturo porque amei uma pessoa e busquei de todas as formas (excessivas) que me cabiam obter informações que levassem a resolução disso, a resolução é o sim ou o não. Da pessoa, recebia uma negação e em paralelo uma busca constante por contato. Um IMENSO talvez circundado em momentos bons e ruins. Um total e completo limbo que durou bem mais do que todos os “talvezes” deveriam durar.

A mente do apaixonado funciona de uma forma diferente de uma mente sana. Nem eu, nem ele estávamos prontos pra absolutamente nada. E, mesmo assim, apenas eu e ele sabemos o que aconteceu nos nossos encontros. Não cabe a mim declarar ou descrever o efetivo. Eu sei e ele sabe nossas qualidades e culpas nessa história toda. E mesmo com o julgamento alheio, eu sei e entendo minha culpa e estou tentando administrar da melhor forma possível.

Agora, definir maturidade ou imaturidade com base em uma das coisas mais incríveis que eu já senti, é péssimo. Eu amei de verdade, me apaixonei de verdade, senti, corri atrás, mandei mensagens, fui um tolo. Mas isso não me define como pessoa. Acho até que qualifica. Eu nunca me relacionaria com alguém que não tivesse passado por isso. Porque essa pessoa não seria humana o suficiente para se envolver comigo.

Desejo que todos os envolvidos sintam exatamente o que eu senti. Creio na lei clara e direta do retorno. Sei onde, porque e como eu recebi isso na minha vida e aceito a lição.  E aguardo o mundo devolver esse aprendizado aos outros. Vou crescer com isso e espero que todos cresçam. Não será por mim ou por absolutamente nada que eu faça, este assunto está resolvido e encerrado na minha cabeça. Pronto pra outra.

Realmente espero que em algum lugar desse mundo todo exista alguém que saiba apreciar toda a minha imaturidade infantil e tudo o que eu possa doar. Posso fazer alguém muito feliz e ser feliz ao lado dessa pessoa. Só aparecer… To ai.