Águas do Passado, Sonhos para o futuro

Por que cometemos os mesmos erros?

Sim… Fiz mal a ele… O  cara mais interessante pelo qual eu tive algum interesse. Mas eu fiz merda. Na primeira vez que ficamos, eu tinha acabado de terminar um relacionamento com um dos caras mais nocivos que conheci em todos os tempos. Conhecer T foi incrível. Eu lembro como se fosse ontem. Ele estava dançando na festa, ele se movia de um jeito muito similar ao meu. Estávamos aos poucos nos sincronizando na música. Em algum momento acabamos nos beijando. Depois disso, tivemos uma ótima noite e alguns dias de felicidade.

Só que eu não estava livre do outro. Foi muito cedo, acabei encontrando um cara muito especial para me consolar. Em alguns dias, acabei voltando para o “ex destrutivo” e não tive muito o que dizer, além de pedir desculpas.  Me senti péssimo em dizer para G que eu não tinha tido nenhum relacionamento significante. Eu estava mentindo. Eu só não acreditava que aquele cara tão interessante pudesse ter alguma intenção de me conhecer de forma mais profunda. T me metia medo e me deixava assustado. Ele sempre me meteu muito medo. Muito independente e forte, mesmo assim, muito carinhoso e apaixonado para o que eu estava acostumado a tolerar.

O tempo passou. Em outro momento acabei terminando novamente com G.. E quem estava ali? Disponível? Novamente o reencontrei . Ele me quis, mesmo eu tendo sido uma pessoa completamente desprezível. Neste momento ele estava tão assustado e empenhado em tentar me manter que acabou me sufocando. Eu não estava preparado para ter o excesso de cuidado, os telefonemas, sms, contatos e cobranças. Não podia aceitar alguém tão ciumento perto de mim. Neste momento (Durou oníriacas duas semanas) terminei por encerrar o contato com este rapaz incrível.

As pedras do destino fizeram eu me aproximar de novo de G, e… Em determinado momento, acabamos voltando. T passou a me desprezar de uma forma absolutamente terrível. Depois de um tempo, percebi toda a manipulação administrada pelo meu namorado e consegui me livrar das garras dele. Foi dolorido, mas necessário. Não esqueço em um dia, que eu estava em uma boate, que vi T dançando. Da mesma forma (similar) interessante… Amedrontador.

Mas.. eu estava bêbado e pouco consciente de mim. Ele riu de mim e me desprezou. Me senti muito mal, mas apelei para a tontura oferecida pelo alcool pra esquecer. Usei minha dissimulação nativa pra fazer pouco caso daquele momento (embora tenha me marcado profundamente).

Depois de ter um relacionamento próximo do imaculado, de 2 anos, eis que me vejo solteiro novamente. Faz bastante tempo que estou desprendido de G e totalmente desapegado de qualquer suposto relacionamento. Um dia, recebo uma mensagem. Ele estava com problemas para identificar números em uma agenda “perdida”. Me soou estranho…

OI?, De quem é esse número?

É do cara que tu despreza, que te fez muito mal…

Isso faz 3 anos, é irrelevante, tenho vontade de te ver… Podemos nos encontrar?

Sim.

E… Assim… Encontrei novamente T. Não preciso dizer que o tempo aprimorou o contato que tínhamos. Eu fiquei sem palavras, e mesmo totalmente inseguro (e tendo o remorso de ter feito tanto mal) tentei manter contato.
Fui bloqueado em 4 dias de conversas “despretenciosas” no whatsapp… Não deu certo… Ok.. Partindo pra outra. Mesmo com a sensação de querer mais, estou acostumado a estes previsíveis percalços. Não esperava nada mais dele.

Mas.. Ele me procurou novamente. E foi absolutamente incrivel.

Agora. Amanhã, tenho uma viagem de reconstrução. Meu objetivo é achar o cara perdido, aquela pessoa que eu reconheço como sendo um cara legal, sensato, inteligente e autônomo. Aquela pessoa que pode ser interessante para ter algum contato com alguém. O Eduardo perdido… Perdido atrás do D, de G, de P, de T… Aquela pessoa que pode ser interessante efetivamente para quem realmente merecer. As vezes me pergunto se sei realmente quem eu quero encontrar. Ultimamente não tenho visto nenhum reflexo de mim nos outros.

Sou apenas uma sombra do que costumava ser. Um objeto, feliz por ser usado para talhar o prazer alheio. Imaginando que isso seria a felicidade. Termo inútil… A felicidade está em sentir aqueles cabelos encaracolados deitados no meu peito. Mas… essa felicidade está longe de ser alcançada por completo. Tive momentos de felicidade. Mas… Eu estava errado… Terrívelmente errado.

Tenho paciência. Se o mundo me oferecer uma chance, terei prazer em tentar. Não sei se é possível, mas é o que eu sinto. Imagino que tenha quebrado toda e qualquer possibilidade de uma chance, além de ser usado. Sinto esboços de felicidade nisso. Mas, não será suficiente por muito tempo. Espero encontrar aalguém que esteja aos pés dele e que me faça sentir vivo como ele faz.

Que eu volte a ser quem eu deveria ter sido.

Que tenha feito as escolhas corretas.

Que eu consiga me encontrar.

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